Esse texto foi construído visando o público atendido pelo SINDISERJ
Democratização do Poder
Judiciário é um assunto que muitos podem ter ouvido falar de forma superficial nos
noticiários da TV e do rádio, ou lido em algum lugar, mas poucos sabem do que
se trata. Parte da sociedade, informada e intelectualizada, sabe que essa
democratização é importante e já debate a necessidade da participação social e
transparência no Poder Judiciário. Porém, é preciso popularizar esse assunto,
de forma que todos possam compreender os seus direitos e assim, de fato,
torná-lo democrático.
Para resumir a história, segundo
a consultora legislativa Regina Maria Groba Bandeira, na introdução do seu
estudo que apresenta o tema DEMOCRATIZAÇÃO E CONTROLE EXTERNO DO PODERJUDICIÁRIO, “após a chegada da Constituição de 88, que ampliou o espectro de direitos
e garantias do cidadão, houve grande aumento pela procura das providências judiciais”.
Além desse crescimento da demanda interna, o Poder Judiciário do Brasil tem
hoje necessidade de se adaptar às exigências da economia globalizada que convive
com o contraditório, a exclusão social de grande parte da população.
Sobre a reforma constitucional do
Judiciário, um dos temas mais debatidos é o controle externo. As críticas ao
desempenho do sistema judicial vão desde a demora de seus serviços, a
dificuldade de acesso dos cidadãos aos órgãos judiciais até a acusação de
corruptos de magistrados e serventuários. Desta forma, as dúvidas e
questionamentos sobre a carência de um órgão de fiscalização e planejamento, sem
que haja interferência na função jurisdicional afetando a independência dos
juízes são levantadas em muitos debates.
Daí a necessidade da participação
da sociedade, para haver um limite e combater os supostos e previstos abusos do
Poder Judicial sobre a ignorância, ausência de informação, de uma grande parte
da sociedade, e fortalecer o direito que atinja os anseios de uma maioria.
O blog Assessoria Jurídica Popular, que tem como objetivo viabilizar um diálogo sobre os principais
problemas enfrentados pelo povo para a realização de direitos fundamentais, descreve
que para a parcela conservadora da magistratura, indo de encontro com a
modernização democrática do Judiciário brasileiro, os problemas do Poder que
representam dizem respeito tão somente aos magistrados, não reconhecendo na
sociedade um ator legítimo e capaz de participar das transformações que lhe são
necessárias.
Mas uma sociedade consciente é
capaz de participar das transformações, e a mesma, anseia por um Judiciário
comprometido com os direitos humanos e próximos dos problemas econômicos,
sociais, ambientais e culturais que assolam o país.
Essa postura histórica de
isolamento e condução a portas fechadas da política de justiça, como também a
falta de esclarecimento sobre a importância do Poder para corresponder as
necessidades da sociedade não condiz com uma democracia em que a participação
social avança no controle e construção do Estado Democrático de Direito, em
todas as suas esferas e poderes.
Constantes denúncias veiculadas
na impressa sobre desvios de condutas e irregularidades nas atividades
administrativas desempenhadas por alguns juízes, assim como a publicidade dos
abusos dos altos salários de alguns magistrados, a mobilização de entidades de
servidores dos Tribunais de Justiça reivindicando maior participação nas
decisões, são ferramentas importantes para conscientizar e popularizar esse
tema, e assim, em consenso, fermentar debates no meio da sociedade para haver uma
verdadeira democratização do Poder Judiciário no Brasil.
Marcus Fam
Nenhum comentário:
Postar um comentário