segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Briguinha política que enche o saco

Algum sergipano ainda aguenta essa briguinha birrenta entre o governador Marcelo Déda e os irmãos Edivan e Eduardo Amorim? A cada entrevista, discurso ou oportunidade improvável, lá estão os novos inimigos da política sergipana trocando farpas, acusações e críticas que eram invisíveis e inimagináveis até o final de fevereiro, quando dividiam o mesmo palanque, o mesmo teto solar do poder.

A animosidade, antes inexistente, agora torna insuportável qualquer tentativa de acompanhar o que dizem os dois importantes representantes do povo sergipano, eleitos dentro da mesma coligação em 2010. Não é de bom-tom que o governador do Estado e o senador mais votado da história de Sergipe se engalfinhem a cada oportunidade. Isso apequena um e outro.

Por que não discutir a situação caótica da Saúde? Por que não abandonar o discurso eleitorado em torno do projeto do Hospital do Câncer? Por que não viabilizar parcerias para aprimorar os serviços de Educação e de segurança Pública? Por que não unir o prestígio de ambos em Brasília para conquistar recursos para obras de infraestrutura para o Estado? É desse modo que eles pensam em Sergipe?

Tudo isso se torna muito pequeno - e até irrelevante - quando Marcelo Déda, PT, o fiel escudeiro dele, o vice-governador Jackson Barreto, PMDB, o senador Eduardo Amorim, PSC, e o irmão desse, Edivan amorim, PTB, líder de uma dúzia de partidos, além do deputado federal André Moura, PSC, resolvem falar em público - seja através da imprensa, seja nos palanques eleitorais montados nessa campanha ou até nas solenidades oficiais. O que interessa, para eles, é a verborragia agressiva. Um espetáculo do "quem agride mais".

E o foco de tudo isso é algo nada razoável: as eleições de 2014, quando se enfrentarão em busca do mando do Estado. De um lado, Jackson Barreto. Do outro, Eduardo Amorim. Entre os dois, Déda. Até lá, quem terá paciência para aguentar tanto ódio e desaforo dos principais representantes da política sergipana? Pode parecer inverossímil, mas falta maturidade, inteligência política e visão estratégica em Déda, Jackson, Eduardo, Edivan e André.

Os arroubos de crítica - criativos e, às vezes, imbecis ao mesmo tempo - servem apenas para levantar risadas e aplausos de plateias adestradas. Não interessa ao povo. Não comove o povo. Não alimenta simpatia política. E será que serve à razão central, de angariar votos? Aparentemente, vão todos na contramão. Cria desgastes e desinteresse maior no eleitor. 

O que apresentarão como ação efetiva dos mandatos deles em 2014, quando irão ao enfrentamento, se até lá estarão mais preocupados em promover e responder acusações? O sergipano está cada vez mais inteligente e atento aos passos que dão os seus representantes. Não se deixam levar apenas pelo discurso oco. Querem projetos e resultados. Além disso, Sergipe merece outros Déda, Jackson, Edivan, Eduardo e André. Ou nenhum deles. 

Jozailto Lima - Cinformando 
jozailto@cinform.com.br
Jornal Cinform - Caderno 1, pág. 3 Opinião

Foto: Google/ Arquivo Consult News - Edição: Marcus Fam
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