Como o #Fam achou essa matéria do O Globo super a cara do blog, o texto não podia deixar de ser postado aqui. As Cantoras, instrumentistas e produtoras chamam atenção e ganham destaque com o jeito nerd e as criativas produções:
Os nerds contra-atacam. Numa alternativa ao universo de superestrelas pop como Lady Gaga, Katy Perry e Rihanna, onde imagem é tudo, um emergente grupo de cantoras, instrumentistas e produtoras de música eletrônica começa, discretamente, a chamar a atenção. Enamoradas da tecnologia e conectadas da cabeça às unhas, elas estão saindo de seus estúdios caseiros com sons de virar a cabeça de qualquer um. Independentes, articuladas e dando um toque feminino ao lema "faça você mesmo", artistas como Maria Minerva, Nite Jewel, Cooly G, Stellar OM Source, Sleep Over e Grimes, entre outras, evoluem em suas próprias batidas por minuto, com uma série de lançamentos que misturam, com frescor, gêneros como disco, techno, synthpop e dubstep. São os embalos de sábado à noite para a geração "The Big Bang Theory".
— Eu estudei música clássica desde pequena, começando pelo piano e passando pelo baixo acústico, mas só encontrei liberdade para me expressar na eletrônica e no som dos sintetizadores — conta a holandesa Christelle Gualdi, formada em Arquitetura e nome por trás do projeto Stellar OM Source, que acaba de lançar o EP "Image over image". — Nunca me intimidei pelas máquinas e pela tecnologia. Acho ridícula a ideia de que esse é um universo masculino. Tanto não é que, mesmo voando solo, acompanho com grande admiração o trabalho dessas outras novas artistas de eletrônica. Sinto um momento mágico no ar para todas nós.


— Estou enlouquecida com tudo isso. Queria poder me dedicar ao disco, mas tenho a dissertação para acabar — conta ela, cujo nome real é Maria Juur. — Depois, vou fazer tudo menos estudar. Terei shows na Austrália e depois nos Estados Unidos. Penso inclusive em passar um tempo em Nova York.
Seu som, classificado por um crítico do "New York Times" como "pop enevoado", começou a chamar a atenção no ano passado, com o lançamento do disco "Cabaret Cixous" (em homenagem à filósofa e feminista francesa Hélène Cixous). Todo composto, produzido, cantado e tocado por Maria em seu quarto, apenas com um teclado e um microfone acoplado ao computador, "Cabaret Cixous", com seu jeito enfumaçado e noturno, foi recebido com elogios por diversas publicações, da revista "Mixmag" ao próprio "NYT".
— Não tive pretensão alguma com esse disco, apenas quis me divertir. Ele tem esse clima noturno e meio lisérgico porque foi, de fato, todo gravado de madrugada, no meu quarto, tendo que sussurrar para não acordar os meus vizinhos — conta ela. — O novo disco ainda é lo-fi e psicodélico, mas com uma produção melhor. Gravei boa parte dele durante as férias que passei em Lisboa, no estúdio caseiro de uma amiga. Desta vez, pude cantar sem medo.

"Gosto de contrariar a expectativa das pessoas. Desta vez, deixei meu lado pop aflorar, mas não muito. Ainda é um disco meio estranho", disse ela, em recente entrevista ao site da Red Bull Music Academy. "O título tem a ver com a nossa obsessão pela internet e a forma superficial como nos relacionamos."
O pop também foi subvertido no trabalho plugadíssimo da canadense Claire Boucher, mais conhecida como Grimes, cujo elogiado disco "Visions" foi lançado recentemente no Brasil pelo selo Lab 344.
O pop também foi subvertido no trabalho plugadíssimo da canadense Claire Boucher, mais conhecida como Grimes, cujo elogiado disco "Visions" foi lançado recentemente no Brasil pelo selo Lab 344.


— Outro dia, antes de um show, um técnico de som veio me perguntar se eu sabia mesmo ligar os teclados e o computador e se não ia precisar de uma ajuda. Achei aquilo ridículo — conta Christelle. — Depois do show e de me ver tocando, ele veio pedir desculpas pelo preconceito.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário